O avião que transportava a delegação da Chapecoense, para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, caiu na madrugada desta terça-feira (29), na região de Antióquia, na Colômbia, próximo ao aeroporto internacional de Medellín, deixando pelo menos 76 mortos. A aeronave levava a bordo 72 passageiros e 9 tripulantes. Falhas técnicas teriam provocado o acidente aéreo. A Chapecoense já havia voado no mesmo avião em outubro, quando enfrentou o Junior Barranquilla pela Copa Sul-Americana.
Cinco pessoas foram resgatadas com vida, segundo informações das autoridades. Os goleiros Danilo e Jakson Follmann, e o lateral Alan Ruschel estão entre os sobreviventes confirmados. Outro sobrevivente confirmado é Rafael Henzzel, radialista, e a comissária de bordo Ximena Suarez.
Além de jogadores e comissão técnica, estavam na aeronave jornalistas e dirigentes.Segundo a rede de “TV Caracol”, a aeronave sobrevoava as cidades de La Ceja e Abejorral, quando perdeu contato com a torre de controle do aeroporto José Maria Córdova. Um porta-voz da Aviação Civil informou que a aeronave foi reportada como desaparecida às 23h30 e o acidente foi registrado a cerca de 1h15, no horário de Brasília.
O avião da empresa Lamia saiu do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, fez uma escala em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia e o acidente ocorreu na localidade Cerro Gordo, município de La Unión, na região de Antióquia, explicou a Direção dos Bombeiros da Colômbia em uma mensagem postada nas redes sociais.
O acesso ao local, a 50 quilômetros de Medellín, só pode ser feito por terra devido “às condições climáticas”, acrescentou o aeroporto.
Quatro ambulâncias se deslocaram para o local e habitantes também auxiliaram nos primeiros socorros. As ambulâncias com os primeiros feridos chegaram ao Hospital San Juan de Dios de La Ceja, por volta das 5h (de Brasília).
O primeiro sobrevivente a ser atendido no hospital foi o lateral esquerdo Alan Ruschel, que foi socorrido consciente e chegou ao local conversando com os funcionários. Posteriormente, hospitais da região informaram que os goleiros Danilo e Follmann também foram atendidos.
“Lamentável. estamos acompanhando as equipes de resgate. A informação é que tem sobreviventes. A prioridade é de salvar vidas. Toda solidariedade a todos”, disse o prefeito de Medellín, Federico Gutiérrez Zuluaga.
Briga pelo primeiro título continental
A delegação brasileira viajava rumo a Medellín, cidade na qual a Chapecoense iniciaria nesta quarta-feira (30), a briga pelo primeiro título continental diante do Atlético Nacional. O jogo contra o Atlético Nacional foi cancelado pela Confederação Sul-Americana.
“Todas as atividades da Confederação (Sul-Americana de Futebol) estão suspensas até novo aviso”, afirma um comunicado.
Pelo twitter, o clube Atlético Nacional “lamenta profundamente e se solidariza com a Chapecoense pelo acidente e à espera de informações das autoridades”. Também pela mesma rede social, a Chapecoense publicou “A Chape, através de seu vice-presidente Ivan Tozzo, aguarda a manifestação oficial da autoridade aérea colombiana para emitir nota oficial”.
História
Clube fundado em 1973, a Chape fez história ao se classificar para a decisão da Sul-Americana logo na sua segunda participação a uma competição internacional.
O ‘Verdão do Oeste’, que disputa a Série A do Brasileirão desde 2013, eliminou gigantes do futebol argentino, como o Independiente, recordista de títulos na Libertadores (7), nas oitavas de final, e o San Lorenzo, campeão continental em 2014, nas semifinais.
Tragédias aéreas já marcaram a história do futebol, com acidentes como o de Superga, que dizimou a equipe do Torino, em 1949, e a quedado avião do Manchester United perto de Munique, em 1958.
Fonte: JORNAL A TRIBUNA