Boa parte dos empreendedores começa na informalidade, quase como um teste antes de encarar o desafio de manter a empresa própria. Foi assim com Nilva Magalhães, dona e idealizadora da Nill Flowers Moda. Ela trabalhava como executiva de vendas com algumas marcas, mas após cinco anos nessa função, partiu para uma nova atividade que acenderia nela a faísca do empreendedorismo. “Comecei a trabalhar como sacoleira, levando peças para as clientes. Isso me fez ter o sonho de montar uma loja; comecei pelo Facebook e depois passei também para o Instagram”, relembra ela.
Foram dois anos trabalhando apenas de forma digital pelas redes sociais, até que em 2018, Nilva montou na garagem da sua casa a primeira versão de sua loja física. Porém, ela percebeu que manter o negócio não seria uma tarefa fácil. “É muito difícil conseguir deslanchar. Por ser uma rua de bairro residencial, o movimento era pequeno. As clientes que eu já atendia pelo Instagram e pelo WhatsApp continuaram, mas era pouco. Confesso que em alguns momentos tive vontade de desistir”, afirma.
Em 2020 ela estava decidida: se a empresa não evoluísse, seria o fim de sua jornada como empreendedora. O que a fez mudar de ideia foi um evento do Sebrae Aqui, realizado no Shopping Carapicuíba, ainda antes da pandemia. Após isso, Nilva começou a participar dos conteúdos, como lives e de um grupo de empresários com os quais os consultores mantêm contato. Ela também participou do programa Enfrentar Mulher, realizado pelo Escritório Regional de Osasco. O programa foi desenvolvido para que empreendedoras tivessem apoio em suas atividades durante a pandemia. “Foi quando começaram as transformações; a Nilva pensou melhor no negócio dela”, conta Eliane Cavalcante Silva, consultora que acompanhou a jornada.
Ela conta que Nilva realizou um diagnóstico de sua empresa, o que a fez perceber que estava perdendo muitas oportunidades. Com foco e vontade de aprender, a empresária passou por todas as consultorias, o que lhe rendeu um convite para participar do Sebraetec. “Eu fui escolhida para montar o meu e-commerce, em pareceria com o Senai. Foi um grande sonho realizado, porque até então eu não tinha condições para fazer algo desse tipo. Colocamos o site no ar em 13 de novembro”, comemora.
Assim foi formalizada a Nill Flowers Moda, marca de roupas para mulheres evangélicas. “O fato de o negócio ter foco nesse público foi muito importante, pois ajudou Nilva a perceber que esse era um nicho comercial. Até então, ela costurava e comprava peças apenas para a igreja que frequentava. Quando ela veio para o Sebrae e estudou como divulgar isso como diferencial para esse segmento na rede social, houve o grande salto para a marca”, explica a consultora do Sebrae. A proximidade com o grupo de mulheres da igreja que frequenta fez com que esse se tornasse o foco da marca.
“O Sebrae foi muito bom para mim na pandemia. Os cursos, palestras e lives fizeram com que eu me distraísse dos acontecimentos relacionados à pandemia. O conhecimento nunca é demais e quando nós não temos acesso a isso, o que nos resta é ficar com medo do que pode acontecer”, relatou a empreendedora. “Nós procuramos sempre ‘segurar a mão’ das pessoas que buscam o Sebrae nesse cenário atual; tentamos conversar e entender o que está acontecendo. A Nilva confiou na gente e conseguiu ficar bem centrada nas vendas”, conta Eliane.