Os registros de inadimplentes caíram 0,7% na comparação mensal dos dados dessazonalizados entre os meses de dezembro e janeiro. Com isso, reverteram uma tendência de dez aumentos consecutivos na mesma base de comparação, de acordo com dados nacionais da Boa Vista.
Por outro lado, o indicador de registros de inadimplentes apontou alta de 7,8% no trimestre móvel encerrado em janeiro. Isso contra o trimestre móvel imediatamente anterior, na mesma série de dados dessazonalizados.
Na comparação interanual o avanço no registros de inadimplentes foi mais expressivo, de 16,6%. O que contribuiu para desacelerar o resultado em 12 meses acumulados, que encerrou o ano passado apontando queda de 4,3%. Agora marca uma queda de apenas 0,5%.
Expectativas
A expectativa é de que a curva de longo prazo do indicador de registros de inadimplentes cruze a linha já no mês de fevereiro. Depois, que continue crescendo, uma vez que o cenário econômico ainda é pouco amistoso às famílias. “Os números no mercado de trabalho até estão melhorando.
A taxa de desemprego está em queda e o número de pessoas empregadas já é superior ao nível observado antes da pandemia. Porém, o impacto da inflação sobre a renda tem pesado mais na balança. Além disso, o aumento na taxa de juros também tende a dificultar o reequilíbrio das contas”, explica o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
“Vale ressaltar, também, que no mesmo período em que a taxa de desemprego caiu, o comprometimento da renda e o endividamento caminharam na direção oposta. Desta forma, assim como fora visto em fevereiro do ano passado, talvez essa queda nos registros de inadimplentes de agora seja passageira diante de tantos obstáculos. E a taxa de inadimplência das famílias com recursos livres tende a continuar subindo ao longo deste ano”, completa.
Já o Indicador de Recuperação de Crédito da Boa Vista recuou 1,7% na comparação mensal. E também 0,6% na comparação entre o trimestre móvel encerrado em janeiro contra o trimestre móvel imediatamente anterior.
Ainda assim, na análise acumulada em 12 meses, o crescimento do indicador passou de 2,9% em dezembro para 4,1% no resultado de janeiro. Contando com a elevação mais expressiva de 12,9% em janeiro na comparação interanual.
Parte dessa recuperação, contudo, também se deve ao aumento no fluxo de registros de inadimplentes. Isso porque as famílias buscam renegociar seus débitos vencidos para manterem seus dados livres de restrições de crédito. Ainda mais no momento atual de muitas incertezas.
Metodologia do indicador de registros de inadimplentes
O Indicador de Registros de Inadimplentes é elaborado a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas, informados à Boa Vista pelas empresas credoras. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100 e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal. A partir de janeiro de 2014, houve atualização dos fatores sazonais e reelaboração das séries dessazonalizadas, utilizando o filtro sazonal X-12 ARIMA, disponibilizado pelo US Census Bureau.
O Indicador de Recuperação de Crédito é elaborado a partir da quantidade de exclusões dos registros de dívidas vencidas e não pagas informados anteriormente à Boa Vista pelas empresas credoras. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100 e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal. Em janeiro de 2014 houve atualização dos fatores sazonais e reelaboração das séries dessazonalizadas, utilizando o filtro sazonal X-12 ARIMA, disponibilizado pelo US Census Bureau.
