Um usuário do aplicativo Clubhouse, nova rede social de salas de conversas por áudio que tem virado febre no Brasil e no mundo, conseguiu vazar o áudio de conversas realizadas em salas privadas da plataforma em outro site na internet. O fato abriu uma crise para a empresa, que agora tem que lidar publicamente com a vulnerabilidade do seu sistema.
Hoje as pessoas só podem ter acesso ao Clubhouse por meio de convite de um colega que já possui conta na plataforma. Além disso, o aplicativo, por ora, só está disponível para donos de iPhone
Um porta-voz da companhia confirmou ao site da Bloomberg que várias salas de bate-papo foram afetadas e que o usuário por trás dos vazamentos foi banido permanentemente. Além disso, a empresa alega que tomou medidas de segurança para evitar novos episódios desse tipo. A crise ocorre uma semana após a divulgação de um relatório produzido pelo Standford Internet Observatory (SIO), dos EUA, que encontrou evidências de vulnerabilidades no aplicativo.
Segundo o estudo, códigos de cadastro de usuários e de salas de bate-papo no Clubhouse são transmitidos em formato de texto pela internet, o que poderia facilitar o trabalho de hackers e espionagem. O Clubhouse utiliza uma empresa de tecnologia chamada Agora, localizada na China, para manter sua infraestrutura de servidores funcionando. Segundo o SIO, essa empresa é obrigada por lei a cooperar com autoridades em casos de problemas considerados de segurança nacional. A Agora respondeu às críticas da instituição estadunidense dizendo que só armazena arquivos de áudio e metadados a pedido do Clubhouse para fins de monitoramento técnicos. Ao site The Verge, a Agora informou que “não
em acesso, não compartilha nem armazena dados pessoais de usuários finais”, bem como não intercepta “tráfego de voz e vídeo de usuários que não sejam chineses”.
Cuidado com conversas e informações confidenciais As falhas de segurança e privacidade do Clubhouse despertaram preocupação sobre o tipo de informação que os usuários compartilham nas suas conversas no app. Com a confidencialidade das salas comprometidas, usuários advertem para que seus pares evitem falar sobre dados sensíveis que não são públicos. Pessoas que residem em países autoritários ou expostas a riscos de perseguição política estão especialmente preocupadas com o caráter das conversas na plataforma.