Aliar tecnologia e moda foi a maneira encontrada pela gaúcha Roberta Weiand, 35 anos, para se destacar no mercado. Antes de empreender, fez cursos de moda e design na Universidade do Minho, em Portugal, e no Instituto Europeo di Design, na Itália.
A ideia para um negócio no setor surgiu quando lecionava na Universidade do Vale do Taquari, em Lajeado (RS). “Era muito difícil ensinar desenho de moda no quadro de giz. Sentia falta de uma ferramenta tecnológica que desse precisão aos traços”, diz Roberta. Buscou aplicativos do gênero, mas achou todos deficientes. Disposta a criar o próprio app, pediu ajuda à startup gaúcha Belogik, especializada no desenvolvimento de softwares. Da parceria, surgiu uma nova empresa, a Prêt-à-Template, mesmo nome do aplicativo.
O ano de 2013 foi gasto no desenvolvimento da ferramenta. “Enquanto eu passava para eles meu conhecimento de estilista, eles me ensinavam tudo sobre software. Aprendi muito sobre a dinâmica de uma startup, e também sobre gestão.” Em 2014, foi lançada a primeira versão, disponível para o iPad Pro, versão profissional do tablet da Apple. Na sequência, o app ganhou uma versão para iPhone. “Assim o usuário pode esboçar seus croquis em qualquer lugar”, diz a empreendedora. Para divulgar o app, Roberta fez uma mala direta e a enviou a escolas de moda no Brasil e no exterior. A primeira a responder foi a Parsons School of Design, de Nova York. “Eles gostaram tanto que nos convidaram para fazer uma apresentação”, diz. Em seguida, conquistaram clientes como o Fashion Institute of Technology, em Nova York, e a Universidade de Caxias do Sul. O app também chamou a atenção dos profissionais de moda, que passaram a usar as funcionalidades em suas criações.
Hoje, o Prêt-à-Template conta com mais de 2 milhões de downloads. No ano passado, o app entrou na lista dos melhores aplicativos do ano da Apple. Também em 2017, o programa ganhou uma segunda versão, lançada durante a New York Fashion Week. Entre as novas funcionalidades está a possibilidade de cocriar e compartilhar projetos de design. “Com o primeiro modelo, alcançamos profissionais e escolas. Agora queremos chegar a outros pontos da cadeia, incluindo as grandes confecções”, diz Roberta, que não revela o faturamento — a assinatura anual pela versão completa do aplicativo custa US$ 39.