Desde a década passada, o empreendedor brasileiro vem se capacitando mais e trabalhando menos horas por semana. A conclusão é de um estudo realizado pela FGV Social com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa foi tema de um dos painéis do Seminário 10 Anos Simples Nacional, realizado nesta quinta-feira (15/12) no Rio de Janeiro e organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pelo Sebrae.
De acordo com Marcelo Neri, diretor da FGV Social, entre 2003 e 2013 houve crescimento no número de empreendedores por oportunidade – e não só por necessidade, como nas décadas passadas. “Se, por um lado, há menos empresas, por outro há melhores negócios no mercado”, diz.
“É como se, em 2003, um quarteirão movimentado tivesse quatro carrinhos de cachorro-quente. Dez anos depois, há apenas dois, mas geridos por pessoas mais capacitadas e com mais chance de sucesso”, afirma Neri.
De acordo com a pesquisa da FGV Social, um dos dados que mostra o melhor preparo dos empreendedores é o crescimento do tempo médio de estudo. Em 2003, os donos de negócios brasileiros estudavam, em média, 6,5 anos. Já em 2013 frequentavam a escola por 7,7 anos.
Outra informação relevante é que a quantidade de horas trabalhadas por semana pelos empreendedores diminuiu: em 2003, eram 49,98 horas. Uma década depois, a jornada semanal caiu 45,48 horas, em média.
Empreendedores rurais
O painel que abordou o estudo da FGV Social contou com a presença do deputado federal Carlos Melles (DEM-MG). Ele destacou a inclusão dos empreendedores rurais da indústria, comércio e serviços na categoria dos microempreendedores individuais (MEIs). “Este benefício concedido ao empreendedor do campo é uma das grandes inclusões da atualidade”, disse o deputado. Vale lembrar que produtores rurais fabricantes de matérias-primas não são enquadrados no MEI.
O painel também teve a presença de Cássia Almeida, jornalista de economia do jornal “O Globo”, e de Sérgio Ruy Barbosa, coordenador de projetos da FGV.