Aos 22 anos, Isabela Gaidys diz que sempre se identificou como uma pessoa criativa. No primeiro semestre de 2018, depois de ter se formado no ensino médio, a jovem criou um “bullet journal”, um tipo de agenda personalizada, para ela mesma usar e postou nas redes sociais. Recebeu muitos comentários de amigos dizendo que queriam comprar uma igual. “A minha foi feita à mão e era toda personalizada, mas não conseguiria fazer desta maneira para muitas outras pessoas”, afirma. Ela, então. criou um modelo no computador e imprimiu para vender para conhecidos. Já eles gostaram e fizeram questão de compartilhar.
O “bullet journal’ deu origem à Ilustralle, e–commerce de produtos criativos idealizado por Gaidys, que vive em São Bernardo do Campo (SP). O negócio começou com itens de papelaria mas, desde o ano passado, expandiu o portfólio, que hoje conta com bolsas, brincos e itens de decoração. Em 2020, a empresa faturou R$ 800 mil.
Quando começou a vender as agendas, a empreendedora negociava com os amigos (principalmente de sua antiga escola) por meio de mensagens. Sua irmã mais nova, que ainda era estudante no mesmo local, fazia as entregas. O site foi criado pouco depois, em junho de 2018, quando Gaidys percebeu que pessoas que ela não conhecia estavam entrando em contato para comprar o produto.
“Eu não entendia que era uma empresa quando vendia para os meus amigos. Mas, quando outras pessoas me procuraram, enxerguei potencial na ideia. Criei o site e comecei a desenvolver outros produtos”, diz Gaidys. Por já gostar de design, a empreendedora se dedicou muito à construção da página, deixando-a com aparência profissional desde o início.
Para conseguir mais clientes, Gaidys entrou em contato com uma amiga que tinha 40 mil seguidores no Instagram e pediu que ela divulgasse seus produtos. A tática deu certo: a marca conseguiu 4.000 seguidores em pouco tempo.
Vendo que o marketing de influência era um método eficaz, Gaidys passou a oferecer seus produtos para outros blogueiros. Hoje, porém, ela percebe que a prática não foi executada da melhor maneira. “Foquei muito no número de seguidores das páginas, mas isso não significa muita coisa. O mais importante é encontrar perfis que tenham o mesmo estilo do seu negócio. Muitas vezes, é melhor um perfil com 5.000 seguidores que tenha a ver com a sua marca do que um com 1 milhão de pessoas que não encaixa com o seu público”, afirma.
Enquanto cuidava do negócio, a jovem iniciou a faculdade de design gráfico. No entanto, precisou largar depois de um semestre por entender que precisava se dedicar mais à sua marca. Focou em estudos informais, especialmente na área de marketing, lendo livros e fazendo cursos oferecidos por outros empreendedores.