Mudar as formas que negócios tradicionais são feitos tem sido uma das principais tendências do momento. Uber, Airbnb e Dr. Consulta são alguns dos principais exemplos na área, mas outras empresas também estão querendo revolucionar o mercado com suas ideias.
É o caso da ChipsAway, que promete fazer serviços de funilaria em menos tempo que as oficinas comuns por um preço acessível. A companhia inglesa é febre na Europa, e foi trazida para o Brasil pelo paulistano João Furlan, de 33 anos, em 2011.
Furlan fundou três lojas principais na cidade de São Paulo junto do pai, Fernando Teles, 66, e do amigo Sérgio Coutinho, 33, e também criou o sistema de franquias da companhia, que já tem três unidades na capital paulista, uma em Alphaville, em São Paulo, e mais duas em Curitiba, no Paraná.
Segundo o empresário, tudo começou quando Coutinho o apresentou à ideia da ChipsAway. “Como cliente eu achei a ideia excepcional. Sou muito apaixonado por carros e, apesar de ter meu funileiro de confiança, na época sempre sentia falta de uma outra opção com preço acessível”, diz Furlan.
O paulista conheceu o português Gonçalo de Sousa, de 51 anos, que já coordenava unidades da empresa em Portugal. Os dois começaram a conversar e, no início de 2011, Furlan viajou para a Europa por 15 dias para entender melhor o modelo de negócio.
“Engraçado porque antes de sair de viagem, deixei o carro do meu pai na funilaria para fazer alguns consertos. Depois que voltei da Europa fui lá checar e descobri que o serviço não estava pronto. Foi quando tive absoluta certeza de que esse era um mercado que ainda tinha muito potencial.”
Furlan então montou todo o modelo de negócio com a ajuda de Sousa, que se mudou depois para o Brasil para continuar auxiliando na implementação da empresa no país. “Em abril de 2012 abrimos oficialmente a primeira loja.”
Além dos sócios brasileiros, uma empresa portuguesa também participa dasociedade. Segundo Furlan, o investimento inicial para começar o negócio aqui foi entre R$ 1,6 e 1,8 milhões.
Em dez meses, a ChipsAway já ganhava sua primeira franquia. “Como ela já era uma empresa consolidada lá fora, tivemos facilidade para termos o direito de abrir franqueados aqui.”
Hoje, as três lojas principais faturam em torno de de R$ 160 a R$ 175 mil por mês. As franquias conseguem render em uma faixa que vai dos R$ 50 até os R$ 80 mil. Para Furlan, o diferencial do negócio é a padronização do serviço e a rapidez.
“Olhamos para nossas lojas como se fossem clínicas de estética. Ou seja, se eu tenho um número certo de vagas e funcionários e eu poderia estar faturando o máximo possível com elas, porque eu vou deixar carros parados sem necessidade aqui?”
Furlan diz que um serviço de raspagem na ChipsAway pode durar de duas a quatro horas enquanto em uma funilaria tradicional, o serviço levaria um dia inteiro. “O conserto de um amasso no carro aqui leva de quatro a seis horas. Nas oficinas, pode levar de um a dois dias.”
Segundo o empresário, é possível fazer o serviço com rapidez porque todo serviço que as lojas oferecem é sempre agendado. “Em uma funilaria tradicional o dono geralmente fala para o cliente trazer o carro e deixar lá para, quando der, fazer o conserto. Aqui não, só mandamos trazer quando temos certeza que podemos realizar imediatamente o serviço.”
Mas ele também aponta para as dificuldades que enfrentou. “Tivemos que adapatar o negócio para o Brasil. Lá na Europa as pessoas levam o carro na oficina para micro consertos. Aqui, como o serviço é caro, as pessoas esperam ‘acumular’ para procurar o funileiro. Então precisávamos arrumar muito mais coisas”, diz ele.
As lojas da ChipsAway geralmente ficam em locais de 250 a 400 metros quadrados, tamanho considerado por Furlan como ideal para diminuir o preço do negócio. Além disso, os três estabelecimentos principais possuem, no total, 14 funcionários.
Depois de aumentar um das lojas principais, Furlan agora está procurando expandir a rede de franquias para o interior de são Paulo e o sul do país. “Estamos conversando com alguns investidores do Nordeste e, além disso, estamos produzindo um formato novo de franquia.”
Segundo Furlan, a empresa quer instaurara as chamadas “boxes”. “Seriam unidades apenas para um carro com investimento bem baixo que poderiam ser instaladas em locais de grande fluxo de carros.”