De acordo com dados divulgados pela DroneShow, feira voltada para o mercado de drones e de soluções em geolocalização, o mercado desses veículos aéreos movimentou R$ 300 milhões no Brasil no ano passado. A expectativa é que os ganhos cresçam 30% neste ano. Este cenário promissor faz com que muitas empresas decidam investir neste setor.
A DroneShow 2018, realizada entre os dias 15 e 17 de maio, reuniu expositores nacionais e internacionais do segmento.
Fernando Ramos, 46, é o fundador da Bons Voos e começou a desenvolver drones há oito anos. A principal função da empresa é a fotogrametria: uma técnica que, por meio de sobreposições de fotografias tiradas do alto, ajuda a medir distâncias e dimensões reais do relevo de uma determinada região.
Este modelo auxilia o setor de agronomia, facilitando o cálculo da topografia, da massa e do volume de áreas com buracos. Enquanto o processo demoraria meses se fosse feito manualmente, com o drone é possível ter o mapa com todas as informações em apenas um dia.
Desta maneira, os agrônomos conseguem saber quais áreas da plantação merecem uma atenção especial.
Segundo o empresário, o diferencial de seu negócio é que ele mesmo fabrica os drones com 90% dos materiais brasileiros, o que diminui os custos de produção. Com isso, ele consegue vender o produto a R$ 18 mil.
Diferentemente de outras empresas, a Levitar não fabrica drones ou software para os veículos: eles operam as máquinas para auxiliar outros negócios. “Não faz sentido para as empresas montarem uma área de drones se é um serviço tão especializado. Nós já levamos uma solução completa para os clientes”, diz Luis Carlos Filho, CEO da empresa.
A empresa escolheu o setor da construção civil. Segundo Filho, a Levitar diminui o impacto ambiental das obras e facilitam algumas tarefas. “Os drones ajudam a evitar o desmatamento, mostrando caminhos alternativos para os transporte de materiais de construção. Além disso, a empresa consegue fazer o acompanhamento das obras de uma forma muito mais rápida e saber se está realmente avançando.”
Para o futuro, a empresa planeja usar drones para entregar refeições para as pessoas que trabalham em obras em lugares de difícil acesso. Atualmente seus principais clientes são a Andrade Gutierrez e a Brookfield.
Fundada por Laurent Martin, 52, a EngeSat vende imagens por satélites tiradas por outras empresas, como a fabricante de aviões Airbus.
Em um dos últimos trabalhos, a EngeSat foi contratada pela agência de publicidade Africa para uma campanha da marca de ketchups Heinz – a empresa estava querendo divulgar o novo rótulo do produto. Para isso, eles criaram uma versão do rótulo de 4500 metros quadrados e o expuseram em um campo em Boituva, no interior de São Paulo.
A EngeSat ficou responsável por programar o momento que a foto seria tirada pelo satélite. “Nós queríamos mostrar que o rótulo é tão grande que pode ser visualizado por um satélite fora da terra”, diz Martin.