Qual é o aroma do sucesso? Para Patrícia Massambani, 25 anos, podem ser vários, de lavanda e alecrim a bergamota – desde que saiam de uma das velas aromáticas produzidas pela The Candle Store, empresa que ela fundou em outubro do ano passado, e que chegou a faturar R$ 60 mil no último mês de junho.
A ideia do negócio surgiu durante um intercâmbio que a jovem fez nos Estados Unidos entre 2019 e 2020. Ela já tinha tentado várias faculdades, em cursos diferentes, e não tinha se encontrado em nenhum deles. Foi quando decidiu que iria para a experiência internacional.
Assim que Massambani chegou aos Estados Unidos, a família que a acolheu lhe deu uma vela aromática de presente. “Todos os dias eu acendia velas no quarto para relaxar. Quando eu estava triste, com saudades de casa, elas ajudavam a passar uma sensação de tranquilidade e aconchego. Foi aí que eu percebi que talvez seria legal fazer isso no Brasil.”
Quando voltou para casa, em junho de 2020, a empreendedora foi morar com o namorado, Raul da Silva Garcia, 28 anos. Massambani estava determinada a ter um negócio próprio de velas e que ainda teria a missão de ser ecofriendly. “Foram quatro meses de testes com diversas receitas. Sempre focamos em cera vegetal, que não é nociva como a parafina”, explica Garcia. Assim nasceu a The Candle Store.
De acordo com o casal, as velas da marca são feitas com cera 100% vegetal de coco, arroz e palma.“É um pouco mais caro, mas não queríamos algo que pudesse emitir gases tóxicos para o cliente, como acontece com a parafina, que é um subproduto do petróleo”, diz a empreendedora. A marca também evita o uso de plásticos nas embalagens.
O investimento inicial no negócio foi em torno de R$ 600. Os primeiros clientes da jovem foram parentes, amigos e conhecidos na região do Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo. Com o retorno, ela decidiu abrir um e-commerce para vender os produtos em outubro do ano passado. No primeiro mês, o faturamento já foi de R$ 6.000. O tíquete médio da empresa é de cerca de R$ 160.
Até o primeiro semestre deste ano, a produção acontecia no próprio apartamento do casal. Um dos dois quartos era destinado apenas para a The Candle Store. Garcia trabalha na área tributária de uma multinacional em São José dos Campos (SP) e ajuda Massambani na gestão e na parte comercial após o expediente.
Desde janeiro, o casal conseguiu fechar parcerias com grandes empresas, e também colocar as velas para venda no marketplace da C&A. “Temos recebido outras ofertas também, de gente interessada em diversificar portfólio, mas estamos analisando cada uma”, diz Garcia.
O crescimento fez com que os empreendedores precisassem mudar a produção para um ponto alugado em junho. Eles passaram a produzir cerca de 300 velas por dia e até contrataram um funcionário para ajudá-los. O local serve como ponto de entrega de produto para consumidores, mas não há atendimento de varejo ao público.
O faturamento do negócio vem crescendo mês a mês. Em maio estava por volta de R$ 45 mil e em junho foi o pico, até o momento, com R$ 60 mil. O casal atribui o resultado a estratégias de marketing e ao lançamento de novos produtos. O acumulado no até o momento é de R$ 298 mil.
Garcia conta que um dos segredos do negócio é a venda recorrente: o consumidor que comprou pela primeira vez tende a retornar. E para aumentar as chances de novas compras, a marca investiu desde cedo em um pós-venda eficaz. “Temos um canal de WhatsApp para venda e outro que funciona só para o pós-venda, para acompanharmos se chegou certinho, se o cliente gostou e oferecer algum desconto para a próxima compra”, explica Garcia.
A empresa diz que já levou os aromas da The Candle Store para todos os estados brasileiros, e os planos agora são aumentar o conhecimento da marca e também o portfólio de produtos. No início, eram vendidas apenas dez itens. Agora são 40 SKUs no catálogo, incluindo fragrâncias de home spray e acessórios como pinça de vela e aparador de velas. A previsão é chegar até o fim do ano com 50 produtos diferentes. “Antes de lançarmos um novo item, fazemos diversos testes para ter certeza de que a experiência do cliente será boa”, afirma a empreendedora.