Aumentar a presença digital foi uma das grandes lições da pandemia para empreendedores. Quem surfou nessa onda foi a startup cearense HubLocal, que viu sua base de clientes saltar de 400 para mais de 3.300 em um ano e seis meses. Agora, a empresa se prepara para uma rodada Série A de R$ 10 milhões que trará a meta de fechar 2022 com 10 mil negócios usando a sua solução.
Felipe Caezar, fundador e CEO da HubLocal, contou a PEGN que a ideia do negócio surgiu ainda em 2014, em uma conversa com o amigo Rodrigo Coifman. Juntos, eles perceberam que poderiam reunir as habilidades em SEO (otimização para mecanismos de busca) de Caezar com a expertise em desenvolvimento de software de Coifman para criar uma solução que ajudasse as empresas a melhorar sua presença digital.
Durante cinco anos, estruturaram o negócio em parceria com o Google no formato de consultoria. Mas, em 2018, encararam o famigerado “vale da morte”, momento em que startups não conseguem mais caminhar para frente e a saída é fechar o negócio. “Pensamos muito em encerrar a empresa”, diz Caezar. Uma última tentativa veio quando os dois foram convidados a participar de um evento no Google no Vale do Silício, nos Estados Unidos.
Alongaram a estada na região símbolo da inovação para conversar com especialistas, criar relações e se conectar com o ecossistema. Na mesma semana, os dois se depararam com uma pesquisa que apresentava o dado de que a grande maioria das empresas no mundo não estava presente no ambiente digital. “Saímos do Vale certos de que havia muitas oportunidades no mercado”, afirma o empreendedor.
Ao retornar ao Brasil, a dupla decidiu pivotar o modelo de negócio da HubLocal. Em vez de um modelo de consultoria personalizado, eles criaram um software em uma plataforma que, de forma automatizada, catapulta o cliente para o ambiente digital. Hoje, são mais de 50 canais integrados via API na plataforma. Entre eles, Google, Google Maps, Waze, Facebook Places, Yelp e Instagram, entre outros. “A ideia é ir além do tripé usado por agências de marketing, formado por site, redes sociais e anúncio patrocinado no Google”, diz Caezar.
A startup cobra um valor fixo do cliente, que acessa a plataforma plug and play, coloca as informações e automaticamente é posicionada em 50 canais. Depois disso, o software ainda otimiza a base de dados, adaptando-a dentro do critério de cada espaço. Por fim, monitora os dados de avaliação das empresas nos ambientes e faz alterações.
Pandemia
Na pandemia, o negócio deu um salto. “Foi uma surpresa até para nós”, afirma o fundador. A resposta foi tão positiva que o time de 30 pessoas deve aumentar expressivamente ainda neste ano. E a ideia é contratar mais 100 funcionários até o fim de 2022.
Por isso a captação da rodada Série A junto a fundos, empresários e investidores-anjos (nomes que só poderão ser divulgados em setembro). “Vamos investir muito em escala”, afirma o empreendedor. Além da contratação, o dinheiro também será usado em marketing e no aprimoramento da solução. Em paralelo, a empresa sediada em Fortaleza, no Ceará, e no Cubo Itaú, em São Paulo, também quer expandir fisicamente. “Estamos montando a estrutura para crescer e impactar mais empresas.”