Metade dos 10,7 milhões de microempreendedores individuais (MEI) existentes no Brasil tiveram acesso ao auxílio emergencial de R$ 600, segundo o Sebrae. Apesar disso, os dados do governo mostram que cerca de 1,2 milhão de empreendedores enquadrados nessa categoria não puderam ter acesso ao recurso.
De acordo com o gerente de Políticas Públicas do Sebrae, Silas Santiago, os empreendedores que não conseguiram não se enquadram em critérios do governo. “Pode ser que eles tivessem renda familiar superior ao limite legal, algum vínculo empregatício ou algum benefício previdenciário”, explica.
Durante a pandemia, houve um crescimento expressivo no número de MEI. O Simples Nacional recebeu 784,3 mil cadastros entre 31 de março e 15 de agosto, cerca de 0,8% a mais do que o mesmo período do ano passado. Entre esses novos negócios, 684 mil registros (quase 43 mil a mais que no mesmo período de 2019) foram de MEI. E cerca de 100 mil novos negócios foram registrados como Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, nesse mesmo período.
Recentemente, o governo anunciou a prorrogação do auxílio emergencial até o final do ano, mas agora com parcelas de R$ 300. Ainda não há previsão de abertura para novas solicitações.
MEI foi o que o menos buscou crédito na pandemia
De acordo com pesquisa do Sebrae, o MEI foi o porte empresarial que menos buscou crédito bancário durante a pandemia. Cerca de 55% dos empreendedores consultados não pediram empréstimos. Em ME e EPP esse índice é de 34%.
Entre os MEI que não buscaram, 24% disseram que não conseguiriam quitar a dívida contraída. Em ME e EPP esse índice é de 15%.
Já dos MEI que tentaram crédito, 62% não conseguiram – o percentual é maior do que em ME e EPP, grupo em que 50% levaram negativas. Em MEI, a causa mais comum para o crédito negado é o CPF negativado dos empreendendores (21%).
De acordo com o Sebrae, 6.289 MEI tiveram acesso ao crédito pelo Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe). Foram disponibilizados para essa categoria de formalização quase R$ 98 milhões, e cerca de R$ 76,5 milhões foram garantidos pelo Fampe.
A Caixa Econômica Federal foi quem mais financiou MEI – um total de 5.996. Em valores, foram mais de R$ 89,4 milhões. A cobertura do Fampe garantiu cerca de R$ 71,5 milhões.