Os pedagogos comunitários que atuam na Secretaria da Educação (Seduc) de Praia Grande participaram de uma capacitação sobre o Programa Olhar Atento, que busca aprimorar a identificação, diagnóstico e terapias às pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). A atividade aconteceu nesta segunda-feira (14), na Sala de Capacitação da Seduc, e foi promovida pela equipe da Secretaria de Saúde Pública (Sesap).
Os profissionais foram apresentados ao novo fluxo da linha de cuidado para pessoas com TEA, que tem como ponto de partida as Unidades de Saúde da Família (Usafas), que serão o destino para onde as escolas deverão encaminhar as crianças que precisam de avaliação e acompanhamento em saúde. Os participantes também puderam esclarecer dúvidas sobre os formulários e relatórios de encaminhamento para a rede municipal de saúde. O material está sendo reformulado para possibilitar a inclusão de mais informações para auxiliar no diagnóstico.
Essa ação intersetorial tem como meta aprimorar a identificação dos sinais de suspeita de TEA já no ambiente escolar, potencializando esses profissionais com ferramentas que vão auxiliar a condução da criança até a Saúde. Como resultado dessa política pública, a possibilidade de agilizar o percurso do paciente pelos serviços municipais, facilitando o diagnóstico precoce e o início do tratamento mais adequado à sua necessidade.
“É importante essa capacitação e essa integração entre Sesap e Seduc, porque o autismo não é só uma questão de saúde, mas envolve várias esferas e deve ser tratado em conjunto em diversos âmbitos da administração pública. Este foi um momento para alinharmos os detalhes sobre os fluxos de troca de informações entre as secretarias, da identificação dos sinais na escola até os encaminhamentos para a Usafa, além de outros ajustes finos para a implantação e pleno funcionamento do Olhar Atento”, explica o secretário-adjunto da Subsecretaria de Atenção Especializada e Vigilância em Saúde de Praia Grande, Valmir Perez Junior, que conduziu a capacitação ao lado da responsável pela Saúde da Criança do Município, Vanessa Naomi Oshiro, e pela pediatra Julia Vaughn.
Segundo a chefe da Ação Comunitária da Seduc, Tulla Cesar de Souza, essa coordenação cada vez mais integrada entre as duas secretarias vai trazer muitos benefícios à população também no âmbito do Programa Olhar Atento. “Essa parceria se fortaleceu no primeiro semestre com uma série de ações em conjunto, como o Programa Saúde na Escola (PSE), e está se estendendo neste segundo semestre, com essa troca de informações e orientações. Estamos trabalhando bastante próximos da Sesap e isso tem ajudado muito, promovendo um olhar mais direcionado à necessidade do aluno”.
Andamento – Como parte da implantação do Programa Olhar Atento, estão ocorrendo uma série de capacitações e reuniões com as equipes para alinhamento sobre o atendimento ao público. Ainda em julho, os médicos de saúde da família e pediatras que atuam na rede municipal participaram de um treinamento específico, visando aprimorar a identificação e o diagnóstico para o encaminhamento mais adequado à rede especializada, atendendo plenamente as necessidades dos pacientes.
Em junho, mais de 300 profissionais das Unidades de Saúde da Família (Usafas) também passaram por capacitação. Na ocasião, o objetivo foi qualificar a avaliação por parte da equipe de saúde da família, que vai ser o ponto de partida e o gerenciador do cuidado do paciente e de sua família. Além disso, a ação teve como objetivo sensibilizar as equipes para aprimorar o acolhimento e o acompanhamento desses pacientes nas Usafas ao longo de todo o processo de cuidado dentro da rede municipal. O programa está na fase final de implantação e deve ser colocado em prática em toda a rede muito em breve.
Olhar Atento – Lançado pela Prefeitura em maio, o programa “Olhar Atento” visa ampliar e melhorar o atendimento de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). O programa será completo e vai trabalhar tanto na identificação, diagnóstico, emissões de laudos, até no atendimento às terapias necessárias.
O objetivo central do programa é estruturar, organizar e qualificar a linha de cuidado para o diagnóstico precoce do TEA. Para isso, a Secretaria de Saúde vai reduzir o tempo de espera para consultas e diagnósticos; fortalecer a Atenção Primária e capacitar profissionais; rever os fluxos de atendimento e acompanhamento; promover a integração de ações de saúde, educação e assistência social; oferecer intervenções precoces e personalizadas para os pacientes; e monitorar e ajustar constantemente as ações do programa.
A porta de entrada para o programa será a Usafa, que encaminhará os casos com suspeita de TEA para triagem do pediatra. Após essa avaliação, as crianças passarão por uma equipe multidisciplinar especializada, formada por profissionais de diversas especialidades para fortalecer o diagnóstico, até o encaminhamento para o neurologista pediatra. A partir do diagnóstico deste profissional, os pacientes serão destinados para a assistência necessária na rede de saúde, sempre contando com o acompanhamento do médico de família e comunidade e, quando necessário, das demais especialidades.
Fonte e Foto: Prefeitura Municipal de Praia Grande
