O verão 2016/2017 deve ser marcado pelas tempestades. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) estima que a região Sudeste seja mais atingida por descargas elétricas do que em outros anos. E os moradores da região deve ficar atentos: as praias paulistas são consideradas as mais perigosas do País quando o assunto é raio.
A incidência de raios sobre a região Sudeste do Brasil deve ser 10% maior do que a média histórica, prevê o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), ligado ao Inpe. “É uma previsão feita com base na temperatura dos oceanos Atlântico e Pacífico que estão levemente mais altas”, explica o coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior.
Os números, segundo ele, servem de alerta à população já que 43% das mortes por raios no Brasil acontecem no verão. “Há mais raios nessa estação porque as tempestades são mais frequentes”.
Entre 2000 e o ano passado, 1.869 pessoas morreram por esse motivo no País. O especialista afirma, entretanto, que 80% desses óbitos poderiam ser evitados se as pessoas se protegessem durante as tempestades.
A boa notícia é que as campanhas de conscientização parecem dar resultado. Enquanto em 2015 foram 104 mortes por raio no País, o número deste ano deve fechar abaixo de 70 mortes, segundo o Elat. É o menor índice desde que o levantamento começou a ser feito.
Campeões
Todo cuidado é pouco porque o Brasil é o país mais atingido por raios no mundo. Por ano, são cerca de 50 milhões de descargas elétricas.
As praias paulistas, por sua vez, lideram o ranking entre as regiões costeiras com maior incidência de raios. “A costa de São Paulo é mais perigosa porque as águas do oceano são mais quentes nessa região”, explica Osmar.
Entre as cidades da Baixada Santista, Bertioga aparece do topo da lista como a que recebe a maio quantidade de descargas elétricas. Nos meses mais quentes do ano (de dezembro de 2015 a março de 2016, por exemplo) foram 4.469 raios sobre o município. Itanhaém está em segundo lugar com 3.704.
Em Santos (quarta colocada no ranking da região), a Defesa Civil instalou faixas nos postos de salvamento nas praias alertando sobre os riscos.
“Qualquer um sabe que tem que sair da praia quando o tempo fecha, né?”, diz a aposentada Maria Dolores Marques, que costuma brincar com a neta na areia.
Fonte: A TRIBUNA