O carioca Patrick Klapztein, 41 anos, já teve muitas atribuições ao longo da vida: trabalhou em banco, vendeu salgados, produziu pizzas congeladas para as escolas. Mas onde ele se encontrou mesmo foi com os pães de hambúrguer. Em 2017, o empreendedor fundou a Bread Maker, que produz 2,6 milhões de pães mensalmente.
Para se destacar da concorrência, Klapztein focou em criar uma relação próxima com os consumidores. “Nossa estratégia não é fazer publicações pedindo para comprarem os nossos produtos”, afirma o empreendedor, que investiu em presença nas redes sociais. “Fazemos divulgações das fotos dos pratos dos nossos clientes. Viramos uma ‘love brand’, em que os donos de hamburgueria recebem nossos produtos e fazem posts sociais marcando a Bread Maker.”
Atualmente, a empresa tem fábricas no Rio de Janeiro e em Brasília, mas também comercializa para cidades em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e Paraná. As vendas são feitas via WhatsApp e por meio de distribuidores.
Antes de começar a fazer pães, Klapztein seguia carreira em um banco, onde trabalhou de 2000 até 2008. No ano seguinte, iniciou uma empresa de investimentos. “Sempre soube que abriria um negócio, mas estava em busca de dinheiro e oportunidades para começar”, afirma. “A empreitada foi bem-sucedida, mas decidi deixar os meus sócios no comando e sair em 2013.”
Klapztein não queria mais trabalhar com investimentos — mas ainda não sabia o que fazer. “Durante seis meses, fiquei olhando para o teto e pensando qual seria o próximo passo”, afirma. Foi então que um amigo, que era diretor de uma fábrica de salgados, perguntou se o empreendedor teria interesse em entrar para o negócio.
Morando em Niterói, Klapztein começou a fazer a distribuição dos itens na cidade, em postos de gasolina e bares. Após oito meses, Klapztein começou também a produzir pizzas congeladas e vender em escolas da região. “Os salgados não me sustentavam e precisei de mais um trabalho. Vi que tinha oportunidade no mercado quando oferecia os salgados e me perguntavam se eu não fazia pizza também. Decidi fazer.”
Foi quando ele decidiu comprar a sua própria fábrica de salgados. Em busca de um local, visitou uma fábrica de pães e se encantou. “Quando eu entrei, parecia uma cozinha gourmet. Me encantei”, afirma. Em abril de 2014, com um sócio, começou a fabricar — na época eram cerca de 10 mil pães ao mês. “Havia um boom de foodtrucks. Eu ia para eventos entregar o meu cartão para donos de estabelecimentos. Avisava que, se os fornecedores não entregassem os pães, eu poderia entregar.”
Desta maneira, ele diz, começou a ficar conhecido no setor. Ao mesmo tempo, dedicou-se a aprender a fazer os pães parar ser capaz de entregar em qualquer horário. O problema era que, por ter mais de uma pessoa na produção, pecava na padronização — e a empresa recebia reclamações de clientes. “Não tínhamos processos bem desenhados e maquinários adequados”, afirma. “Minha esposa, Carla Gomes, viu que eu estava ficando muito estressado e sugeriu que abríssemos uma fábrica só nossa.”
Assim, em 2017, surgiu a Bread Maker, focada em pão de hambúrguer. A principal diferença, explica Klapztein, foi justamente na produção: menos funcionários e mais máquinas, que conseguem preparar os pães da mesma maneira todos os dias. “O setor de food service quer receber o mesmo produto diariamente. E é essa a dificuldade de toda a concorrência que não tem um processo bem desenhado”, afirma. No início, a empresa fabricava 30 mil unidades mensalmente. Em um ano, eram 80 mil.
Na pandemia, com a aceleração do delivery, a empresa teve um grande crescimento. Eram cerca de 800 mil pães produzidos em março de 2020, e hoje já são 2,6 milhões. “Temos pedidos para fazer mais, mas estamos no limite da nossa capacidade de produção”, afirma. Para atender a demanda, a empresa está agora em fase de expansão, e abrirá uma fábrica em breve em São Paulo.