A cervejaria Juan Caloto nasceu de forma independente e artesanal, na cozinha da casa de Marcelo Bellintani. O hobby mantido junto do amigo Felipe Gumiero virou negócio e, graças a um projeto de financiamento coletivo, deixou de lado a produção caseira e ganhou os tanques de produção cigana. Depois de 11 anos de trajetória, os rótulos inspirados em histórias do faroeste americano ganharam uma casa para chamar de sua: o bar Esconderijo, em São Paulo (SP), leva o conceito da marca a um novo nível, propondo uma imersão nas aventuras do personagem que dá nome à cervejaria.
O redator publicitário Marcelo Bellintani e o químico Felipe Gumiero já se conheciam desde a virada dos anos 2000, mas se aproximaram com o surgimento do embrião da Juan Caloto, em 2010. Sem pretensão de ser uma marca ou de vender a produção caseira, os amigos queriam vencer o desafio de fazer cerveja e criar receitas próprias.
Quatro anos mais tarde, quando amigos próximos já ajudavam na divulgação do produto para bares de conhecidos, o hobby começou a ganhar cara de negócio. “Começamos a nos inteirar sobre as regulamentações e não podíamos comercializar os lotes que produzíamos em casa. Descobrimos então a cervejaria cigana”, relembra Bellintani. Este modelo de negócio permite que pequenos cervejeiros aluguem os tanques ociosos de fábricas registradas no Mapa (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento). A produção dos lotes da Juan Caloto acontecem em Itupeva, interior de São Paulo, na fábrica da Startup Brewing Co.Quando precisaram escolher um nome para a marca, lembraram das longas horas de produção e limpeza do equipamento – algo entre nove e dez horas de trabalho – e de como trocavam figurinhas sobre assuntos em comum para passar o tempo. Um se destacava: spaghetti western, subgênero de filmes de faroeste vistos como ‘inferiores’. Os amigos então se inspiraram nos longas de que tanto gostavam para criar o personagem que dá nome à cervejaria: Juan Caloto é uma homenagem a Feio, de “Três Homens em Conflito”, filme de 1966 estrelado por Clint Eastwood e com trilha de Ennio Morricone. Caloto é um mexicano – por isso a marca abusa do portunhol na comunicação com o público –, e os rótulos das cervejas contam episódios de suas aventuras, com desenhos do próprio Bellintani.
“Sempre vimos a cerveja artesanal sem pudor. Gostamos de fazer e de tomar sem criar uma aura de requinte em torno dela. Cerveja é diversão, não é esnobe, nem elitista. Não queríamos que as pessoas se sentissem intimidadas pelo preço ou que se tornasse um grande ritual pela demora na maturação”, explica Bellintani.