Não vamos esperar o Dia Internacional da Mulher para falar sobre empreendedorismo feminino, certo? Aproveitando que falamos sobre incentivo para mães empreenderem no programa, vamos falar sobre como criar ambientes favoráveis para empreendedoras.
A pesquisa Women Entrepreneur Cities Index (WE-Cities), realizada pela Dell, indicou as melhores cidades do mundo para empreendedoras. No Brasil, temos uma, São Paulo, na 42ª posição. O que garante essa posição é o que o estudo classificou como cultura empreendedora, mas a cidade perde por não facilitar o acesso de mulheres a capital financeiro, com programas de incentivo e financiamentos.
Na questão do incentivo ao empreendedorismo feminino, a pesquisa apontou dez cidades com ecossistema mais favorável. São elas: Nova York, São Francisco, Londres, Boston, Estocolmo, Washington, Cingapura, Toronto e Seattle.
A conclusão é baseada em cinco pontos:
– Mercado com políticas públicas que estimulam o empreendedorismo feminino e que todos os gêneros sejam tratados de maneira igual.
– Força de trabalho feminina formada em diversas profissões e com conhecimento e experiência para gerenciar negócios de impacto.
– Capital para a abertura ou para a expansão dos negócios, oferecidos de forma igualitária entre os gêneros.
– Tecnologia com custo baixo e programas que ajudam na capacitação de empreendedoras.
– Cultura empreendedora que apoia as mulheres na hora de abrir o negócio, mentores e políticas para que os negócios deem certo.
Afinal, o que é preciso para incentivar o empreendedorismo feminino?
Segundo Danielle Vieira, criadora de um polo de incentivo a startups, quanto mais diversificado, com grupos de pessoas heterogêneos, conhecimentos e instituições participantes, maior valor o ambiente gera para o empreendedorismo. “Ambientes onde podemos ter minorias representadas são um bom indício de um ecossistema minimamente equilibrado”, explica.
“Por não compreender a importância da diversidade, muitas vezes desconsideramos também que as mulheres empreendedoras, por exemplo, podem ter realidades diferentes de outros grupos”, diz Danielle. É necessário oferecer cursos em horários alternativos, espaços de trabalho adaptados para crianças, que permitam que a vida profissional não concorra com a pessoal, já que muitas mulheres têm mais de uma jornada de trabalho. Segundo a Danielle, existe uma questão cultural que precisamos vencer, incentivando cada vez mais o surgimento de novos negócios comandados por mulheres.
No Brasil, uma das iniciativas para fomentar o empreendedorismo feminino é o MIA, Mulheres Investidoras Anjos, fundada por Camila Farani, Ana Fontes e Maria Rita Spina Bueno. O objetivo é romper barreiras para o investimento em Startups criadas por mulheres. Outro exemplo é a aceleradora de startups para mães, criada por Daniele Junco que mostramos no Pequenas Empresas e Grandes Negócios.
“Estamos vendo um grande movimento de grupos que apoiam e fomentam o empreendedorismo feminino aqui no Brasil. Essas iniciativas estão dando visibilidade e trazendo a questão para discussão, mas é preciso também que existam outros grupos que abracem a causa e criem oportunidades para que as mudanças necessárias realmente aconteçam e se tornem permanentes”, conclui Danielle.
Vale lembrar que a inclusão é importante não só para mulheres, mas também jovens, negros e outras minorias. Os mesmos conceitos para incentivar o empreendedorismo feminino podem ser usados em qualquer ecossistema empreendedor inclusivo.