2020 foi um ano que falamos muito de saúde, não apenas a física mas também a mental. Afinal, com todas as transformações provocadas pela pandemia em um período tão curto, falar sobre os transtornos mentais se tornou ainda mais urgente. A saúde mental foi um dos temas do NRF’s Retail Big Show 2021 – Chapter One nesta quinta-feira (14/1), no painel virtual Workplace wellness: Managing mental health in an age of uncertainty.
Dave Zielinski, jornalista e mediador do painel, trouxe dados para entendermos o quanto as pessoas foram abaladas: 54% dos trabalhadores do varejo dizem que o trabalho impactou negativamente a saúde mental durante a pandemia. Junto a isso, 70% disseram que esse foi o momento mais estressante de sua carreira.
Lorna Borenstein, CEO da Grokker, empresa que oferece soluções de bem-estar nas empresas, apoiou os dados. “O estresse é muito real. Os trabalhadores mais jovens, entre 18 e 29 anos, são os que mais sofrem”, diz Borenstein. Isso acaba influenciando outros comportamentos na vida dessas pessoas, como o aumento de consumo de bebidas alcoólicas e ingestão de comidas não saudáveis.
Ela diz que o papel dos empregadores na saúde mental dos funcionários é crítico para melhorar a questão. “Se os seus trabalhadores não sentirem que têm a permissão de falar sobre o assunto, eles não conseguirão pedir ajuda”, afirma. Para isso, ela diz, é preciso tirar o estigma negativo de transtornos mentais.
Em sua visão, para ajudar, seria bom criar conexões com essas pessoas para entender o que elas estão passando durante esse período. “Assegure que elas podem fazer parte de algo maior do que elas mesmas”, afirma. Para isso, é necessário criar comunidades em que as pessoas se apoiem e se aceitem.
Já Stuart Poole, diretor sênior de desenvolvimento de negócios da Headspace, um aplicativo de meditação, afirma que a questão da saúde mental não é um problema da pandemia, mas que foi aumentado por ela. Segundo ele, um estudo feito nos Estados Unidos e no Reino Unido revelou que 42% das pessoas foram diagnosticadas com ansiedade e/ou depressão. “Não existem terapeutas o suficiente no mundo para lidar com essa demanda”, afirma.
Ele concorda com Borenstein a respeito do papel dos empregadores na diminuição do estigma em torno de transtornos mentais. Uma das maneiras, ele diz, é encorajar os líderes das organizações a compartilhar suas histórias relacionadas a esses assuntos, mostrando a sua jornada.