Das 32 franquias inauguradas pelo grupo Hope ao longo de 2021, sete foram no modelo Duo. O formato é a grande aposta de expansão da marca para 2022 e consiste em lojas interligadas das marcas Hope e Hope Resort, com duas fachadas lado a lado e operação unificada, comandada por um franqueado. A primeira unidade foi inaugurada em julho.
O modelo unificado não é inédito no setor de franquias, mas tem sido visto como uma tendência para fortalecer a expansão em 2022, com os custos reduzidos. Outras marcas, como Espetto Carioca/Mané e Instituto Embelleze/Instituto Gourmet, também anunciaram formatos parecidos.
O grupo Hope pretende ampliar a capilaridade em pontos de rua e alcançar cidades de até 200 mil habitantes. “Há pralas em que não caberia uma das operações, mas, com as duas, se torna viável, levando o mix completo das marcas”, explica a diretora de estilo e marketing do Grupo Hope, Sandra Chayo.
As lojas monomarca do grupo têm cerca de 40 metros quadrados. A operação conjunta demanda um espaço de 60 metros quadrados, com fachada de seis metros. O estoque é unificado, bem como a equipe de atendimento e o set de provadores. “Otimizamos o espaço e oferecemos a mesma experiência de marca que teríamos em uma monomarca”, afirma Chayo. De acordo com ela, o tíquete médio do novo formato Duo tem sido 37% superior ao das lojas monomarca. “A cliente volta com uma frequência maior também.”
O grupo Hope pretende ampliar a capilaridade em pontos de rua e alcançar cidades de até 200 mil habitantes. “Há pralas em que não caberia uma das operações, mas, com as duas, se torna viável, levando o mix completo das marcas”, explica a diretora de estilo e marketing do Grupo Hope, Sandra Chayo.
As lojas monomarca do grupo têm cerca de 40 metros quadrados. A operação conjunta demanda um espaço de 60 metros quadrados, com fachada de seis metros. O estoque é unificado, bem como a equipe de atendimento e o set de provadores. “Otimizamos o espaço e oferecemos a mesma experiência de marca que teríamos em uma monomarca”, afirma Chayo. De acordo com ela, o tíquete médio do novo formato Duo tem sido 37% superior ao das lojas monomarca. “A cliente volta com uma frequência maior também.”
As cidades do interior já estão na mira da Hope há algum tempo. No primeiro semestre deste ano, a marca lançou um modelo de loja reduzido chamado de Hope Light. Chayo diz que o formato continua disponível para expansão, mas a sugestão (e o estímulo) é para que o franqueado leve o Duo. O investimento inicial para uma loja Duo Hope & Hope Resort é de R$ 300 mil. Para efeito de comparação, para ter uma monomarca Hope Light, o valor é pouco menor: R$ 250 mil.
Os estudos internos da Hope indicam uma capacidade de abertura de 250 lojas Duo em todo o país. Atualmente, o grupo tem 225 operações, de todos os formatos. Para 2021, o projeto é inaugurar 65 lojas Duo, 20 Hope e 15 Hope Resort.
O especialista Juarez Leão, CEO da Leão Group e conselheiro da Associação Brasileira de Franchising (ABF), explica que as tendências de colaboração, otimização e melhor aproveitamento de espaços deve nortear boa parte do varejo brasileiro em 2022, em busca de redução nos custos operacionais e ganho de escala. O movimento deve acontecer, inclusive, com marcas com ofertas complementares e que não sejam necessariamente do mesmo grupo.
“É uma solução inteligente para as redes lidarem com o momento que vivemos na economia, e especialmente para o varejo. Traz benefícios tanto para a franqueadora, que abre duas operações em um só espaço, e ainda com um número menor de operadores, como para o franqueado, que poderá ratear o custo fixo com duas lojas”, diz Leão.
A estratégia de expansão com duas marcas diferentes também foi adotada pelas redes de educação Instituto Gourmet e Instituto Embelleze, ambas investidas pelo fundo SMZTO. As duas primeiras unidades do novo formato abrirão as portas em Ibiúna (SP) e Trindade (GO), mas a perspectiva é de inaugurar dez franquias no formato, em cidades de até 150 mil habitantes, no próximo ano.
Robson Fejoli, sócio-diretor do Instituto Gourmet, explica que o franqueado desse modelo de negócio terá uma equipe para dar atendimento aos alunos das duas marcas. “Com isso, a unidade ganha escala com praticamente os mesmos custos”, afirma.
As duas primeiras unidades que receberão o modelo já funcionam como franquias do Instituto Embelleze. Dessa forma, o investimento feito será em torno de R$ 50 mil para agregar uma nova fachada e adaptar o espaço para receber o Instituto Gourmet. Os contratos de franquia são feitos de forma independente, por 18 meses e renováveis pelo mesmo tempo. “Serão oito meses de isenção de royalties e de sistemas para ambas as marcas. Com isso, o retorno do investimento é praticamente de 100% só em benefícios”, afirma o empreendedor. De acordo com ele, o investimento em uma franquia solo de uma das marcas é a partir de R$ 400 mil.
As duas redes de serviços educacionais passaram por transformações ao longo dos últimos dois anos. Enquanto o Instituto Embelleze apostou na expansão com salões independentes e aplicação de conteúdo teórico à distância, o Instituto Gourmet conseguiu dobrar o número de franquias, chegando a 130. A projeção é fechar 2021 com um faturamento de R$ 90 milhões. Segundo a marca, o sellout (venda direta para o consumidor) cresceu quase 50% no acumulado de janeiro a novembro.
Outro grupo que passou a apostar em franquias conjuntas com estrutura unificada foi o Impettus, dono do Espetto Carioca e do Mané. Os dois bares têm cardápios e públicos diferentes, mas, com a operação, conseguem usar apenas uma cozinha e intercambiar pedidos de uma marca para outra. A primeira loja do novo modelo foi inaugurada no início do mês, no Rio de Janeiro. A ideia é abrir até 15 operações no próximo ano.
O estímulo para que o franqueado leve duas marcas, em vez de uma, também está implícito no investimento inicial: a loja conjunta do Espetto Carioca e Mané custa a partir de R$ 700 mil, enquanto uma franquia solo do Espetto sai a partir de R$ 650 mil e do Mané, a partir de R$ 550 mil.
Foco em cidades pequenas
O formato não é inédito no setor de franquias. Há alguns anos, o Grupo Trigo, dono da rede Spoleto, chegou a ter operações conjuntas da marca de culinária italiana com o Domino’s (hoje a rede de pizzarias não pertence mais ao grupo). O Grupo Halipar também juntou Montana Grill e Croasonho no mesmo espaço em 2019. No entanto, o que se tem visto é uma aposta direcionada para alcançar cidades menores e minimizar os investimentos em tempos de economia desaquecida.
Juarez Leão afirma que as cidades menores se tornaram uma prioridade para o setor, com as novas demandas impostas pela pandemia. “O deslocamento de pessoas na pandemia para o interior ganhou força. Essa tendência abre um leque de opções de expansão muito maior”, diz. De acordo com dados divulgados pela ABF antes da pandemia, 45% do municípios brasileiros não tinham unidades instaladas.
Antes de elaborar uma expansão conjunta, a marca deve observar se os negócios têm o mínimo de sinergia, segundo Leão. O franqueado precisa ter como operar ambos, sem ter de seguir dois manuais muito diferentes, que demandem processos distintos. “O segredo está na complementariedade das duas operações. É uma tendência, é adequado para o momento econômico e tende a tomar conta de várias operadoras de franchising”, afirma.