dos preliminares da Diretoria Regional de Saúde mostram que 72% das mortes materno-infantis na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, poderiam ser evitadas. Na região, um fator que pode ter contribuído para esse resultado foi o fechamento de maternidades em alguns municípios.
O estudo foi realizado entre 2014 e 2016 e o resultado preliminar foi divulgado durante o “Encontro de enfermagem na área materno-infantil”, do Coren-SP, em Santos. As mortes materno-infantis englobam mortes de mães, de bebês ainda no útero ou que morreram após o nascimento.
De acordo com a Diretoria Regional de Saúde, a Baixada Santista registra uma média de 18 óbitos maternos a cada 100 mil parturientes e 15 a cada 100 mil bebês. Entre essas ocorrências, uma media 72% são evitáveis. Se considerarmos somente o ano de 2015, esse índice chegou a 69% e, em 2016, a 71%. Além disso, a Baixada Santista está na segunda posição no ranking estadual de sífilis materna e de mortalidade materno-infantil, ficando atrás apenas da região de Bauru.
Os números estão relacionados a diversos fatores desde a assistência prestada às parturientes em todas as fases da gestação até o nascimento e primeiros meses de vida dos bebês. Para saber quais das mortes poderiam ser evitadas, o estudo leva em conta as ações de imunização, de atenção na gestação e no parto, de atenção ao recém-nascido, ações adequadas de diagnóstico e ações adequadas à promoção de saúde.
Segundo a presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SP), Fabíola Campos, o resultado é a soma de diversos fatores. Porém, na Baixada Santista, um fator que pode ter contribuído para esse resultado, nos últimos anos, foi o fechamento de maternidades, como em Cubatão e Peruíbe.
“Gera uma sobrecarga a demais serviços. Tem a questão da boa vontade política e falta de investimento de recursos humanos em profissionais. Em Cubatão, não tem maternidade. Os partos acontecem no pronto-socorro, não tem como fazer um atendimento de qualidade”, afirma.
Ainda segundo Fabiola, a região tem o pior índice do Estado. Para ela, falta capacitação de profissionais, encaminhamento adequado, estrutura física e, principalmente, mobilização dos gestores sobre o assunto.
“Tem municípios que recebem a demanda de outros municípios. Não dá para entender como que uma cidade como Santos, que é uma das primeiras em qualidade de vida, fazer parte da região com os piores índices do Estado. Precisamos ter um olhar maior dos gestores e fiscalização da população. Estamos no momento de não apontar o dedo, mas de resolver isso juntos para avançar na diminuição desses índices e mudar a situação”, afirmou.