Tentando zerar a fila de espera por consultas, exames e cirurgias na rede pública de saúde, a Prefeitura de Praia Grande contratará empresas, ao custo de R$ 4 milhões, para realização de 47 mil procedimentos de média e alta complexidades.
Segundo a Administração, o objetivo é atender a demanda reprimida de pacientes. Há cerca de 40 mil moradores na fila.
O secretário de Saúde Pública, Cleber Suckow Nogueira, afirma que a rede pública e as terceirizadas já contratadas não dão conta de todos os procedimentos. “Houve um aumento muito grande da demanda e diminuição dos procedimentos realizados pelo Estado”.
No dia 4 de agosto, o jornal A Tribuna noticiou que a espera por exames na Cidade chegava a quase quatro anos. Uma ultrassonografia podia demorar, em média, um ano e quatro meses. O tempo médio para endoscopia era de um ano e dois meses.
Na ocasião, o secretário adjunto de Saúde Pública, Luiz Marono, adiantou que uma ação para reduzir a fila seria oferecer mais procedimentos por terceirizadas.
Ele comentou que muitas empresas não aceitam o baixo valor da tabela de remuneração do Sistema Único de Saúde (SUS). Cleber Nogueira, contudo, diz confiar em que as empresas vão se credenciar. “O prestador pode ganhar em quantidade, porque há exames com grande número, e pegar vários procedimentos, não apenas um especificamente”.
O titular da pasta explicou que a prestadora deverá aceitar o preço pago pelo Município, se já houver empresa contratada pela Prefeitura, ou o valor do SUS, caso não haja outra companhia atuando. Entre os procedimentos a contratar, inclusive os de responsabilidade do Estado, estão ultrassonografia, endoscopia, cateterismo, consultas oftalmológicas e cirurgias de hérnia.
Passo a passo
O chamamento público já foi publicado. Uma empresa interessada em prestar serviços precisará apresentar uma série de documentos à Prefeitura para se credenciar. O tempo entre a entrega dos papéis e a assinatura do contrato deve ser de cerca de 20 dias, “se tudo estiver regularizado”, explica o secretário de Saúde Pública.
Nogueira projeta que, para os procedimentos mais simples, as filas poderão ser “equilibradas” em três meses a partir do início da prestação do serviço. Os exames poderão ocorrer, até, em unidades móveis.
Em casos como de cateterismo, em que é necessário leito, a solução do problema tende a demorar mais.
Estado responde
O Governo do Estado rebateu os números apresentados pelo secretário de Saúde de Praia Grande, Cleber Suckow Nogueira, mas não negou a diminuição de procedimentos. Contudo, deixa claro que, tanto em 2017 quanto em 2018, ofertou à Prefeitura a mesma quantidade de exames: 14 mil. Segundo o Estado, entre maio e agosto deste ano, o AME Praia Grande, estadual, fez 9 mil. Cleber havia citado 7.721. No mesmo período de 2017, 10 mil exames. Cleber relatou 8.812. Com relação às consultados, o Estado declara ter ofertado 12,5 mil consultas à Prefeitura de maio a agosto deste ano, feito 12,3 mil agendamentos e realizado 9,8 mil atendimentos, pois 17% dos pacientes faltaram.
O Estado ressalta que “o fortalecimento da rede de assistência à saúde (…) não é uma prerrogativa exclusiva dos governos estaduais. Cabe também ao Município e ao Ministério da Saúde”.